Se você trabalha diretamente com baterias tracionárias para veículos elétricos, já deve ter percebido que com o passar do tempo uma carga completa que alguns anos atrás renderia uma autonomia de, por exemplo, 8 horas, no presente já não se consegue mais repetir o mesmo desempenho. Isso se dá por uma série de razões que vão desde fatores naturais, comuns a todas as baterias, a problemas de mau uso ou ausência de manutenção.
A vida útil das baterias tracionárias é calculada em ciclos de carga e descarga, ou seja, a cada vez que é carregada, e posteriormente descarregada, conta-se um ciclo. Em geral, a vida útil estimada é de 1.800 ciclos a depender do fabricante. Considerando um ciclo completo diário, calcula-se que a expectativa de vida é pouco mais de 5 anos. Contudo, esse tempo pode variar de acordo com as condições da operação e os cuidados que se tem com a bateria. Não é raro ver baterias operando diariamente por 8 anos ou baterias que perdem capacidade e saem de operação com 3 anos de uso.
É natural que as baterias tracionárias percam capacidade na medida em que são utilizadas. O desgaste das placas de chumbo no interior das células com o passar do tempo faz com que a bateria armazene cada vez menos energia, consequentemente afetando o rendimento na operação. Com isso, o objetivo passa a ser retardar ao máximo este processo de desgaste para que a bateria, além de não perder rapidamente autonomia durante a operação, tenha a maior longevidade possível.
Outro fator que causa perda de rendimento na operação é a ausência de manutenção preventiva e corretiva. Não só na bateria, mas também no carregador, visto que, se não estiver com os parâmetros devidamente ajustados, pode comprometer o carregamento e a bateria operar abaixo do esperado. Nas baterias, realizar leituras de densidade e tensão regularmente é indispensável para verificar se esses índices estão em conformidade com o especificado pelos fabricantes. Para realizar essas aferições, faz-se necessário dispor de um densímetro e um multímetro. Em condições normais, a densidade eletrolítica da solução deve ser de 1.280 g/dm3 quando carregada, e 1.170g/dm3 quando descarregada. Já a tensão gira em torno de 2,12 volts por elemento quando carregada e 1,70 volts por elemento quando descarregada.

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