Muito tem se falado a respeito das baterias de íons de lítio e as vantagens que trazem para a operação. Quando se pensa em baterias de lítio, as pessoas tendem a imaginar que todas são derivadas da mesma tecnologia. Porém, existem diferentes composições que variam de acordo com a finalidade e equipamento a ser utilizado, como por exemplo LFP (Fosfato de Ferro de Lítio) ou NMC (Lítio Níquel Manganês). Dessa forma, caso esteja planejando investir numa bateria de lítio, é indicado realizar uma análise mais aprofundada junto ao fabricante para se certificar de que adquirirá a melhor opção para sua operação e assim conseguirá usufruir dos benefícios que o produto oferece da melhor maneira possível.

Outro aspecto a ser levado em consideração no momento de trocar as baterias chumbo-ácidas por baterias de lítio é que, no primeiro caso, as baterias servem como contrapeso para as empilhadeiras. Como as baterias de lítio são substancialmente mais leves, adaptações precisam ser feitas no equipamento para compensar a diferença de peso e evitar um possível tombamento da máquina. Com isso, é essencial verificar com o técnico responsável qual seria a maneira mais adequada de se fazer os ajustes necessários em conformidade com as especificações do equipamento em questão.

Do ponto de vista operacional, as baterias de lítio apresentam uma série de vantagens se comparadas às chumbo-ácidas. Primeiro, possuem uma vida útil mais longa, estimada em 5.000 ciclos, enquanto as baterias chumbo-ácidas duram cerca de 1.800. Já a vida útil, estima-se que a da bateria de lítio seja de 10 anos, enquanto a chumbo-ácida estima-se em 5 anos. Por isso, a garantia do produto geralmente é de 5 anos, contra 3 anos das baterias chumbo-ácidas convencionais.

Outro ponto positivo é o tempo de carregamento bem mais curto. É possível carregar completamente a bateria em duas horas, enquanto uma bateria chumbo-ácida leva em torno de 8 horas para ser carregada por completo. Além disso, nas baterias de lítio é possível realizar cargas rápidas durante pausas na operação, seja no intervalo para almoço do operador ou em algum momento em que a empilhadeira não esteja sendo utilizada. Isso faz com que se consiga operar sem a necessidade de uma bateria reserva. No mais, as baterias de lítio são livres de manutenção e são mais eficientes energeticamente do que as chumbo-ácidas, trazendo economia de energia e previsibilidade de despesas.

Por outro lado, embora a probabilidade seja baixa, existem riscos a serem considerados ao optar pelo uso das baterias de lítio. Durante a operação, é fundamental ter atenção à temperatura da bateria, embora conte com um sistema de monitoramento que informa o usuário quando necessário. Isso se deve porque, em caso de falha do sistema ou superaquecimento decorrente de problemas internos da bateria, pode ocorrer o que chamam de “avalanche térmica”, onde ao invés de o calor se dissipar, concentra-se no interior da bateria, podendo escalonar e ocasionar um incêndio e até mesmo a explosão da bateria. Uma vez em chamas, alimentado pelo oxigênio presente no material catódico, o fogo persistirá até queimar todo o material inflamável da bateria, o que pode ser muito sério e requer bastante cuidado. Nestes casos, o melhor a se fazer é isolar a área e tentar realizar o controle de danos. Se for ainda no início, extintor convencional de pó químico pode resolver. Água, na realidade, é provável que piore ainda mais a situação.

Além disso, é preciso considerar o custo de aquisição das baterias de lítio que é em torno de 4 vezes mais elevado do que as baterias chumbo-ácidas. Outra dificuldade que se tem visto no mercado é que ainda não existe uma rede efetivamente disponível para a realização da logística reversa das baterias de lítio. Como se trata de um produto novo, diferente das baterias chumbo-ácidas, muitos usuários têm encontrado dificuldades na hora de descartar as baterias inservíveis.

Por fim, considerando os prós e contras citados acima, trata-se certamente um produto inovador que tende a ganhar mais espaço com o tempo, mas que ainda tem um longo caminho a ser trilhado no mercado de tração, não só no que tange ao custo de aquisição, mas também no que diz respeito a reciclagem e descarte responsável. O fator segurança também é algo a se observar no futuro. O fato é que ambas as tecnologias devem coexistir no mercado, visto que embora as baterias de lítio tragam soluções interessantes para consumidores dispostos a fazer o investimento, a tecnologia chumbo-ácida conta com uma indústria forte e estabelecida no mercado há décadas. Cabe aos gestores de logística analisarem qual tecnologia melhor atende às necessidades da operação.

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